sábado, 22 de outubro de 2011

Teoria do desenvolvimento e da aprendizagem

Várias são as teorias do desenvolvimento e da aprendizagem.  O desenvolvimento humano, o aprendizado e as relações entre desenvolvimento e aprendizado são temas centrais nos trabalhos de Vigotsky e Piaget.
Para o suíço Jean Piaget, o processo de construção do conhecimento ocorre em etapas, que evoluem progressivamente por meio de estruturas de raciocínio que surgem com base em um mecanismo de adaptação do organismo a novas situações.  É, portanto, pelas próprias experiências que a criança constrói seu conhecimento – concepção que originou o famoso termo “construtivismo”.
Segundo Piaget Apud Correa (2008), o desenvolvimento mental da criança começa ao nascer e termina na idade adulta.  Todo esse processo passa por quatro estágios.  São eles: a - Estágio Sensório Motor (de 0 a 2 anos), b- Estágio Pré-operacional (dos 2 aos 7 anos), c- Estágio Operacional-concreto (dos 7 aos 12 anos), d- Estágio Operacional-formal (dos 12 anos até a idade adulta).  O teórico afirma que a aprendizagem acontece por meio de três processos: Adaptação, Assimilação, Acomodação.  Cada um dos estágios, bem como dos processos ocorre de forma organizada e evolutiva.  É preciso que a criança supere, com sucesso, todos os níveis para que possa adquirir o conhecimento na sua totalidade.  Para isso, é preciso que esses processos sejam influenciados pelos seguintes fatores: Maturação, Exercitação, Aprendizagem Social, Equilibração.  Tudo isso ocorre através de estruturas mentais chamadas esquemas.
Para Piaget Apud Maia (2007), a aprendizagem é um processo limitado a um problema ou uma situação, sendo provocada por situações diversas, já o conhecimento, o conhecer, estaria relacionado a ação sobre o objeto.  Seria modificar, transformar o objeto, compreendendo esse processo de transformação.
Piaget Apud Correa (2008), propõe um ensino a partir do que o aluno já sabe, acrescentando novos conceitos aos já existentes e propondo uma nova forma de vê-los.  Assim acredita ele teremos cidadãos pensantes e críticos.
Sob a luz do teórico, Jean Piaget, teórico que embasa o fazer pedagógico da maioria dos profissionais em educação infantil, a ludicidade é uma ferramenta pedagógica exercendo uma função fundamental para o desenvolvimento da criatividade, iniciativa e autonomia, como também para a apropriação dos diversos saberes produzidos, historicamente, pela humanidade.  Diz ainda que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável a prática educativa.
O Russo Lev Vygotski defendeu uma teoria sociocultural do desenvolvimento, para ele, é nas relações pessoais que o ser humano se constrói, é por meio dela que o indivíduo internaliza os elementos da cultura.  A aprendizagem impulsiona o desenvolvimento e, portanto o professor tem o papel de interferir, propondo desafios, desencadeando avanços e estimulando a interação entre as crianças, ele entende que o desenvolvimento é fruto de uma grande influencia das experiências do individuo.
Vygotsky diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela.  Ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento, ao contrário de Piaget, que explica o desenvolvimento por meio de fases. Pois para ele o sujeito não é ativo e nem passivo, ele é interativo.
Para Vygotsky Apud Correa (2008), a criança precisa conhecer socialmente todos os eventos existentes no mundo para internaliza-los.  Quando ela fizer isso e passar a ter processos interpessoais, terá aprendido.  Não podemos deixar de perceber o papel dos interlocutores nesse processo.  Nesse sentido as construções do conhecimento e a linguagem são mediados pelo outro ser social seja ele um indivíduo, o ambiente ou o objeto que cerca a criança.
Conforme vemos em Vygotsky Apud Maia (2007), ele introduziu os conceitos de Zona de Desenvolvimento Proximal e Zona de Desenvolvimento Real, que tem relação direta com o processo educativo: O desenvolvimento real caracteriza o desenvolvimento mental retrospectivamente, enquanto a zona de desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento mental prospectivamente.
O grande pensador Vygotsky defende a ludicidade nas salas de aula.  Ele assegura que as maiores aquisições  de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade.
Moro e Silva (2003) reiteram as idéias acima quando colocam que é necessário romper com o mito do jogo natural e sua origem exclusivamente biológica, pois a criança desde que nasce está imersa em um contexto social, no qual irá aprender a jogar, a brincar.

“O jogo e a brincadeira infantil são, portanto, um produto cultural, resultante das relações interindividuais.” (MORO; SILVA, 2003, p.51).

Por meio das brincadeiras os professores podem observar e construir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e de recursos afetivos e emocionais que dispõem.

Referencias Bibliográfica

CORREA, Vanessa Loureiro. Desenvolvimento da Linguagem Humana / obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).  Curitiba: IBPEX, 2008.

MAIA, Christine Martinatti. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem / obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Curitiba, IBPEX, 2007.

MORO, Catarina de Souza; SILVA, Paulo Vinícius da. Fundamentos históricos e culturais da infância no Brasil. Curitiba: IBPEX, 2003.

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